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Com mais adoção de pets na pandemia, plataforma online facilita o processo

 A procura por adoção de cães e gatos cresceu por causa do isolamento social durante a pandemia da Covid-19, que impôs contextos de solidão para grande parcela da população. Para facilitar o acesso à prática, uma iniciativa não governamental criou uma rede que conta com 85 instituições e protetores de animais de todo o Brasil para ligar pessoas que desejam adotar animais àqueles que os resgatam das ruas .

Somente na ONG União Internacional Protetora dos Animais (UIPA), que fica na Zona Norte de São Paulo, foi registrado um aumento de 400% na procura por cães e gatos durante a quarentena. Em Brasília, a Gerência de Vigilância Ambiental e Zoonoses do Distrito Federal (GVAZ) e entidades parceiras registraram que o número de adoções de animais, entre janeiro e setembro de 2020, foi maior do que o dobro do total no ano de 2019.


A explicação para o aumento da procura por adoção de animais neste período de isolamento pode ser dada pelo estudo do Journal of Veterinary Behavior , que coletou 1,3 mil respostas em três semanas de distanciamento na Espanha. A pesquisa concluiu que o convívio com animais de estimação gera benefícios para saúde mental e ajuda a enfrentar a solidão durante o confinamento.

Segundo a psicóloga Suenne Valadares, a companhia de um animal de estimação pode contribuir para a qualidade da saúde mental das pessoas na medida em que as tira da passividade diante da vida, provocando-as a agirem pelo bem do animalzinho.

“Para lidar com a vida de uma maneira mais saudável é preciso revisar as relações, o que, às vezes, fazemos cuidando dos outros, ainda que esse outro, seja, por exemplo, um animal de estimação. Os bichinhos podem ajudar por meio do amor recíproco", explica. "É preciso de uma certa dose de empatia [do tutor] para entender o que que o animal está expressando porque ele tem a hora de comer, de fazer xixi, precisa fazer cocô e tomar banho. A preocupação, e a ação diante dela, com o bem-estar do animal pode fazer dessa relação algo bastante benéfico para a saúde mental das pessoas”, afirma a psicóloga.

Para facilitar a busca de quem deseja adotar um pet neste momento de pandemia e agilizar os processos, uma rede de petshops criou uma plataforma online que conta com 85 ONGs e protetores de animais de 40 cidades brasileiras, todos sob cuidados rigorosos após visita técnica de veterinários e biólogos, que atestam a qualidade do serviço e da saúde dos animais. Todo o procedimento para adoção é gratuito.

A plataforma foi criada no final do ano passado, em função da campanha “Dezembro Verde”, que visa conscientizar a população contra o abandono e maus-tratos aos animais. Nela, é possível entrar em contato com a ONG ou protetor, por meio de um formulário digital e passar pelo processo seletivo sem sair de casa.

A decisão de aptidão para adoção é tomada pela instituição envolvida, que vai identificar se o pretendente tem, de fato, condições de manter um pet. A transferência de posse do animal é o único momento feito presencialmente, evitando aglomerações.

Para Alexandra de Lima, que conseguiu adotar um cãozinho pela plataforma, o processo foi simples. "Teve toda orientação e acompanhamento. A adaptação do Bob [nome que escolheu para o cãozinho] foi muito boa. Estamos muito felizes, como unha e carne", declara.

Todos os pets adotados pela plataforma são entregues de banho tomado, castrados, microchipados e com o calendário de vacinas e dos remédios de verme, pulgas e carrapatos em dia.

Para garantir o bem-estar dos animais adotados e que eles não voltem a ser abandonados – já que eles foram resgatados das ruas e, muitas vezes, já passaram por maus tratos – a plataforma promove uma série de acompanhamentos do novo tutor e o bichinho nos primeiros dias de convivência, desde a tomada de decisão até a adaptação do novo integrante à família. "Para uma adoção bem-sucedida é preciso levar muita informação para o tutor e acompanhá-lo ao longo da adaptação", afirma Giulliana Tessari, responsável pelo projeto.

Os tutores também passam por uma orientação veterinária a cada 15 dias. "A chegada de um pet que foi abandonado nem sempre é fácil, por isso precisamos estar presentes neste momento para dar suporte. No fim, vemos que a grande maioria das histórias transcorre com bastante alegria", complementa Tessari.

O acompanhamento é feito também do outro lado, entre entidades que participam do projeto, com visitas presenciais para averiguar as condições das instalações e de saúde e bem-estar dos animais. Os mecanismos garantem que o índice de devolução dos animais permaneça baixo após a adoção pela plataforma, que fica em torno de apenas dois em cada 100.


Fonte: Canal Pet


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