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Rio de janeiro comemora nascimento de anta; sinal de "recuperação " da espécie

 Pesquisadores da Reserva Ecológica de Guapiaçu (Regua) confirmaram, na semana passada, a presença de um filhote da anta Flora, reintroduzida na reserva, que fica em Cachoeiras de Macacu, em 2018. Esse é o segundo nascimento de uma anta livre, ou seja, já dentro da Mata Atlântica, desde que o trabalho foi iniciado no local. Para os pesquisadores do projeto, isso significa o sucesso do trabalho de recuperação da floresta e da fauna.

As antas foram extintas no estado do Rio há mais de 100 anos devido à caça predatória e ao desmatamento. Desde 2018, 11 antas foram inseridas na Regua, e o primeiro nascimento de filhote foi em 2020. Apesar de quatro animais terem morrido, os remanescentes estão aclimatados e contam com o apoio inclusive dos moradores do entorno da reserva.

— O nascimento de um novo filhote é sinal de que a reintrodução está no caminho certo. A equipe ficou muito feliz e torce para que todo ano sejamos surpreendidos com o nascimento de novos filhotes – comemora Maron Galliez, professor do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e coordenador do projeto.

O novo morador da Regua é filhote da Flora e do Júpiter, que vieram do Parque Ecológico Klabin, no Paraná. Ele foi flagrado pelo sistema de monitoramento das antas, realizado de forma remota por meio de “armadilhas fotográficas”. Esse sistema é fundamental para os pesquisadores conseguirem acompanhar e avaliar a condição dos animais.


Em abril, uma parceria do Projeto Guapiaçu (que é patrocinado pela Petrobras) com o Projeto Antropopausa, (apoiado pelo National Geographic Society) ampliou a área de monitoramento. Hoje, são 38 os pontos de monitoramento espalhados pela reserva e por áreas do entorno.


— Nossa meta é continuar reintroduzindo antas na floresta para que, assim, tenhamos segurança que estamos estabelecendo uma população viável, que não precisa da intervenção humana para se alimentar – afirma Maron Galliez.


Novas anta serão reintroduzidas

Nas próximas semanas, será dado mais um passo nesse caminho. A reserva de Guapiaçu receberá três novas antas que iniciarão o processo de aclimatação e soltura na floresta, como ocorreu no ano passado com a jovem Jasmim, nascida em cativeiro e que hoje vive livre na floresta. Os novos três moradores da Regua também nasceram em cativeiro, em uma mesma família (pai, mãe e filha de dois anos), na Bahia.

Os animais chegarão de caminhão, em caixas de transporte individuais, numa viagem que durará dois dias. Seus nomes serão escolhidos pelas crianças das escolas da região. A chegada de mais antas na Regua está sendo possível graças à parceria do Refauna e do Projeto Guapiaçu, patrocinado pela Petrobras e pelo governo federal. O trabalho de reintrodução envolve uma temporada em área cercada na reserva para o período de aclimatação.

Recuperação de remanescentes da Mata Atlântica

O Projeto Guapiaçu, realizado pela Reserva Ecológica de Guapiaçu (Regua), tem como objetivo o fortalecimento do ecossistema da bacia Guapi-Macacu. Por meio das ações de restauração florestal, reintrodução de fauna, educação ambiental e monitoramento da água, demonstra-se a relação entre a restauração ecológica e o serviço de provisão de água de qualidade na bacia hidrográfica.

Com recursos do patrocínio da Petrobras, o projeto já atingiu mais de 30.000 mil pessoas com atividades de educação ambiental (visitas, seminários e cursos) e restaurou 223 hectares de áreas degradadas, com o plantio de 398 mil mudas de espécies nativas da Mata Atlântica.

Desde 2010, o Refauna vem lutando para reverter a síndrome da floresta vazia em remanescentes de Mata Atlântica. Para isso, trabalha com a reintrodução de animais vertebrados para restaurar as interações ecológicas que foram perdidas. A reintrodução das antas na reserva de Guapiaçu é executada pelo Laboratório de Ecologia e Manejo de Animais Silvestres do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e pela Faculdade de Formação de Professores da Uerj (FFP-UERJ).

A iniciativa é uma parceria entre o Laboratório de Ecologia e Conservação de Populações (LECP) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Laboratório de Estudos e Conservação de Florestas (LECF) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e o Laboratório de Ecologia e Manejo de Animais Silvestres do IFRJ, com apoio da Fundação O Boticário, Faperj, BioParque Rio, Cras-Unesa, Fiocruz, Parque Nacional da Tijuca, Instituto Luisa Pinho Sartori, National Geographic Society, Reserva Ecológica de Guapiaçu e Projeto Guapiaçu.




Fonte: Planeta




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