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Brasileira que colaborou com relatório alarmante do clima destaca que seca no Nordeste e temporais no Sul vão piorar

 Meteorologista Claudine DereczynskiMeteorologista Claudine Dereczynski, da UFRJ, integra o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

‘Na maior parte do Brasil, a temperatura do ar tem aumentado cerca de 0,4°C por década’, disse ela. Boletim destaca que efeitos da ação humana na Terra já são irreversíveis.

Relatório da ONU aponta ação humana no aquecimento global
Há um aquecimento generalizado em todo o país por efeito da ação humana.

A informação é da meteorologista Claudine Dereczynski, professora do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Ela é uma das colaboradoras do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) publicado nesta segunda-feira (9).
O documento afirma que os seres humanos são responsáveis por um aumento de 1,07°C na temperatura do planeta, e que os efeitos já são irreversíveis.

Os esforços, agora, são para evitar que essas consequências piorem.
“Atualmente é possível observar aquecimento generalizado em todo o país.

Na maior parte do Brasil, a temperatura do ar tem aumentado cerca de 0,4°C por década. Observa-se também um clima mais seco no Nordeste do Brasil e mais chuvoso no Sul do Brasil”, afirmou Dereczynski.

Alagamento em bairro de Florianópolis em junho deste ano
Ana Vaz/NSC TV
É a primeira vez que o IPCC — um órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) — quantifica a responsabilidade das ações humanas no aumento da temperatura na Terra.
‘Concentração de CO2 em 2019 foi a maior em 2 milhões de anos’, diz pesquisadora
A conclusão é um dos pontos do documento Climate Change 2021: The Physical Science Basis, que destaca que o papel da influência humana no aquecimento do planeta é inquestionável, e que mudanças recentes no clima não têm precedentes ao longo de séculos e até milhares de anos.


“Para o Brasil, as principais ameaças são aumento das secas nas Regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil — no final do século — com alta confiança e provável aumento na frequência de chuvas intensas no Sul do Brasil”, destaca a professora.


O documento afirma que o aquecimento de 1,5°C a 2°C será ultrapassado ainda neste século se não houver forte e profunda redução nas emissões de CO² e outros gases de efeito estufa.


Dereczynski destaca que entre as ações que podem frear um aumento ainda maior da temperatura do planeta por causa da ação humana estão a redução do consumo e a utilização de formas renováveis de energia, como a hidráulica, eólica e solar.


“O aumento da temperatura do ar provoca aumento da evaporação, consequentemente aumento na quantidade de vapor d’água no ar, que é um gás de efeito estufa, o que promove maior aquecimento e assim por diante, ou seja, é um processo de retroalimentação positivo.

Como o ar quente tem maior capacidade de conter vapor d’água, temos mais combustíveis para as tempestades e assim estamos notando que os eventos de chuvas intensas e de secas severas estão aumentando em frequência e intensidade em muitas regiões do globo”, destacou a professora.


O texto desta segunda deve ser o único divulgado antes da Conferência das Partes (COP26), prevista para novembro em Glasgow, na Escócia.


O relatório indica que o impacto da ação humana já está perto do limite de 1,5ºC de aumento da temperatura global que foi definido em 2015 durante a COP21, no Acordo de Paris.

À época, os países presentes se comprometeram com algumas metas para conseguir barrar as mudanças do planeta, incluindo o Brasil, que diz querer atingir a neutralidade nas emissões de gases causadores do efeito estufa até 2060.


“Essa informação é altamente relevante. Uma coisa é fazer a detecção da mudança climática, ou seja, é saber que estamos com uma temperatura 1,09°C mais alta entre 2011 e 2020, em relação ao período pré-industrial, de 1850 a 1900.

Outra coisa é atribuir o ‘culpado’ pela maior parte deste aumento, que somos nós mesmos, entre 0,8 a 1,3°C, com melhor estimativa de 1,07°C”, afirmou a meteorologista.


Prefeitura de Vitória da Conquista declarou situação de emergência em áreas rurais atingidas por estiagem em fevereiro.

LEIA TAMBÉM:
Influência humana é responsável por alta de 1,07°C na temperatura global, estima relatório do IPCC, órgão da ONU

 


Fonte: JornalFloripa

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