Com mais de 2 mil animais acolhidos e afundada em dívidas, Suipa está prestes a fechar as portas

 Rio - A Comissão de Saúde Animal da Câmara Municipal do Rio foi procurada pela direção da Sociedade União Internacional dos Animais (Suipa), nesta sexta-feira. Os dois mil e cem animais abandonados nas ruas do Rio e acolhidos pela instituição estão correndo sério risco. 

Afundada em uma dívida de cerca de R$ 54 milhões, que não recebe qualquer auxílio da Prefeitura ou estado, a Suipa, que funciona há 78 anos ininterruptos, pode fechar as portas nos próximos dias.

Para tentar manter as portas abertas, a Suipa tem intensificado os pedidos de doações.

 Neste sábado (7), quem quiser ajudar os animais abrigados na ONG poderá levar doações de ração, medicamentos ou material de higiene em uma Feira de Adoção que acontecerá próximo ao antigo Hotel Glória, na Zona Sul do Rio, das 9h às 15h. No local haverá também oferta de adoção de cães e gatos resgatados das ruas, todos chipados, vacinados e castrados. Além de conhecer o trabalho da ONG, os visitantes também poderão ajudar adquirindo produtos com a marca da Suipa.

"Nossos animais consomem quase 1 tonelada diária de ração. Não recebemos qualquer recurso público, vivemos apenas das doações da população.

 Temos cerca de 100 funcionários admitidos em regime de CLT e há meses enfrentamos grandes dificuldades em manter o pagamento dos salários das pessoas que cuidam dos nossos animais.

 Chegamos a um ponto em que ou pagamos nossos profissionais ou alimentamos os animais abrigados. 

Nossa situação é gravíssima e precisamos de ajuda com urgência", explica Marcelo Mattos, presidente da Suipa.

Sem nenhum apoio governamental, a situação da instituição começou a se agravar na década de 1990, quando o Governo Federal tirou dois títulos da Suipa: o de Utilidade Pública Federal e de entidade filantrópica, retirado pelo então Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). Segundo a direção da entidade, a perda dos títulos gerou encargos que, somados ao grande número de animais abandonados na cidade e à progressiva redução no número de doadores, criaram um ambiente administrativo insustentável.

Em 2010 a Suipa tinha 14 mil associados, atualmente são apenas seis mil. 

A pandemia de covid-19 agravou ainda mais a situação, além da redução da receita, o número de abandonos cresceu muito na cidade. E nenhuma outra ONG de proteção Animal recebe mais animais abandonados do que a Suipa.

Para Marcos Paulo, presidente da Comissão de Saúde Animal da Câmara de Vereadores do RJ, a Prefeitura do Rio tem obrigação de ajudar a instituição, que ao longo dos anos, tem cumprido o papel que na verdade é uma obrigação legal do poder público na cidade.


 
Fonte: JornalExtra

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